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domingo, 1 de maio de 2011

Um paraíso que se chama S. Tomé

UM PARAÍSO QUE SE CHAMA S. TOMÉ

São Tomé e Príncipe é um estado  localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais, - São Tomé e Príncipe e várias ilhotas, num total de 964 km²,  de origem vulcânica. Não tem fronteiras terrestres, mas situa-se relativamente próximo do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões e Nigéria.
As montanhas estão cobertas por vegetação muito densa e as costas, muito recortadas. A vegetação é bravia entre os cultivos de cana-de-açúcar, o café e o cacau. Com diferentes espécies de animais selvagens, as águas próximas à costa são ricas em espécies marinhas.
E, é neste confim da memória registada nos restos vulcânicos, em que um povo subitamente se descobre indefeso perante as fragilidades de 500 anos de colonização, se encontra para explicar a si próprio a sua relação com o mundo. Esse encontro, do tamanho da sua imaginária grandeza, atracou na natureza: lagos, praias, cascatas. Lugar sagrado, onde o homem invocando aos deuses da natureza, vai construindo um paraíso que se chama S. Tomé e Príncipe.
Chegar a S. Tomé, é o reencontrar. Há sempre uma descoberta que me enriquece o dia: choveu e a ilha abafada e se encheu de verde; porque, de um momento para outro, faz sol e um calor insuportável nos faz estremecer enquanto os campos que sobem e descem formando ligeiras colinas, encontram-se cheios de flores; a luz, do dia, por momentos tão decisiva sobre nós como de um momento para outro, se esvanece, dando lugar em fracção de segundos, a mais uma “carga de água”.



Tudo é dourado ao sol da manhã ou extremamente cinzento; o mar, esse nunca é igual! E é nele que todos nós encontramos a maior reserva, a inesgotável fonte de surpresas que a ilha nos dá.
Rumo ao centro da cidade, nada há de melhor para conhecer a cultura de um povo, do que conhecer o mercado. E, é ai, onde se perde de vista, o mar, e nos envolvemos num cruzar humano, sem rumo definido, que lentamente se começa a interagir com a população local. A visita, ao mercado é o maior aperitivo que se pode ter para iniciar o passeio, pela ilha. O leque de escolha é amplo.
A cozinha local é excelente de tão bem temperada.
Avançar por entre os edifícios de arquitectura do século passado, é bastante agradável, ainda que estejam em mau estado. Mas, o melhor será sempre passear por entre as diversas plantações de cafeeiros e cacaueiros…
Inalar, e sentir o cheiro: amargo do café; doce, do cacau!
A população na sua grande maioria católica zela pelas igrejas e capelas, de forma extraordinária. Qualquer igreja faz referencia ao bom gosto e a simplicidade deste povo. Desde a Sé Catedral, a Igreja do Bom Jesus à capela em Ribeira Afonso, são passeios que nos levam a um outro lado do mundo.
Existem várias por toda a ilha, umas erguem-se por dentro das antigas roças coloniais.
Aqui, como qualquer outro país com grandes influências culturais portuguesas, a fé é simples, o riso é facilmente gargalhada, o eco dos tambores esbarra com o voar do ossobô, reinando a paz.
Conhecer este paraíso é andar na terra batida, e comer o pão quente, trazido por alguém que todos os dias, à mesma hora tem meia dúzia de crianças a sua espera e que o recebe com a maior satisfação do mundo.
 Não se conhece verdadeiramente S. Tomé, nos hotéis e excursões guiadas.
E assim, no dia em que se deixa a ilha fica o desejo de tal como no passado, invocar aos mesmos deuses que lhes concedeu as raízes de povo, que  conceda a bênção de regressar, um dia.