O homem tal como qualquer outro animal tem o
sentido biológico do seu espaço, território.
Independentemente do espaço físico em que esteja,
numa fila de autocarro, no café, na praia, ou no local de trabalho, tem sempre
um comportamento natural de guardar a distância – uma distância instintiva para
que sinta segurança e por outro lado, respeitam os espaços pessoais dos outros,
dos seus interlocutores.
Este comportamento consciente é uma arte que
reflete o intimo comportamental de cada um.
No local de trabalho essa consciencialização é
fundamental, já que, muitas das grandes decisões empresariais, politicas, esperam
por um consenso no que respeita ao tamanho e forma de mesa, a organização das
cadeiras consoante o peso que a individualidade tem, no debate e decisão da
reunião.
A distância não é uma realidade estática visto que
ela só surge muitos anos mais tarde no individuo. O recém-nascido ou o bebe,
não tem essa noção. A consciencialização de distância, ou espaço individual
surge ao longo do tempo, com o processo da formação do “eu” com a linguagem.
De referir que se trata de uma matéria que está
bastante relacionada com as diferentes culturas, a idade e o sexo, o caráter mais
ou menos introvertido de cada um, o estatuto social de quem comunica. Isto é, o
ser humano é um ser social mas com diferentes distâncias, no relacionamento com
os outros.
Apesar dos fatores que interferem com as distâncias
de comunicação, pode dizer-se que existem quatro tipos de distâncias:
-Distancia íntima;
-Distancia pessoal;
-Distancia social;
-Distância pública
A distância íntima estende-se cerca de 50 cm para
além do corpo físico. A essa distância só é permitida as pessoas dos nossos
afetos. Sendo esta distância ultrapassada há um incómodo que obriga a uma
reação negativa perante o outro.
A distância pessoal vai até cerca de 150 cm e é comparável
entre aquela em que os restantes animais guardam entre si. Apresenta um angulo
de visão ao redor, permitindo uma visão – cara a cara, mais inibidora do que
lado a lado.
A organização das pessoas numa sala de reunião tem
esta distância implícita revelando a escolha dos lugares de poder, lugares esses
que dão segurança a quem faz uso deles. É o que acontece na nossa casa, quando
escolhemos o mesmo lugar à mesa, ou determinado cantinho para descansar.
A distância social é o que regula propriamente dito
a distância que normalmente se mantem na comunicação pessoal. Varia entre os
120 e os 360 cm. Veja-se que é a distância normalmente usada entre a entrada
numa sala de atendimento e a rececionista, para que a mesma não se sinta invadida
por estranhos.
Conclui-se assim, que a distância íntima condiciona
o contacto físico, a pessoal reflete a nossa atitude perante os outros e a distância
social corresponde ao nosso respeito pela autoridade, e a distância pública
revela o medo das multidões.
No mundo do trabalho é necessário saber gerir estas
distâncias sob pena de incorrer no risco de ser desagradável com as consequências
que daí possam advir, ainda que, também é necessário atender que a distância
pessoal varia reduzindo-se, se a relação for amigável, de cooperação e aumenta
se a relação for de competitividade.