PORTUGAL é um país de gentes
formalistas.
As etiquetas e cerimónias tomam conta de todos nós, é o núcleo central
das nossas relações sociais (a nossa relação com os outros). A nossa relação
com os outros é essencialmente vocativa! A tendência das fórmulas! Mas, os
cuidados não ultrapassam, as simples formas de tratamento inicial para com os
restantes.
Na relação com os outros e de acordo
com as classes sociais há uma grande preocupação com o tratamento, optando-se
grande parte das vezes por expressões automatizadas e estandardizadas,
excedendo em muito ao verificado em outros países do velho continente europeu.
Trata-se de uma tradição.
Mantemos a necessidade excessiva
do vocativo cerimonial do Senhor doutor, do Sr. Engenheiro, do Sr. Arquiteto,
em substituição do – meu fidalgo, dos romances de Camilo escalonando algo, que
de outras formas já está hierarquizado – as classes sociais.
Mas, ainda assim, é muito duvidoso
o valor dado a essas gentes formalistas. Tudo se fica na preocupação do uso dos
vocativos do tratamento cerimonial, que nem sequer chega a formalidade que em determinadas
situações é exigível.
A preocupação sempre girou em
volta do interlocutor e recetor, mas apenas no que respeita a etiquetas.
Se assim não fosse não estaríamos
a assistir a esta rápida e incompleta informação que não diz respeito apenas a
100 alunos mas a toda a sociedade em geral. Pelo menos, aquela em que se envolve
com o futuro dos jovens, com a sua educação.
Falo do fim da continuidade dos
cinco cursos de engenharia lecionados na Universidade Católica Portuguesa de
Lisboa.
Falo de aproximadamente 100
alunos, contando com aqueles que ingressaram a aproximadamente 3 meses atrás,
naquele estabelecimento de ensino.
Falo dos alunos que tendo nota
para entrar em qualquer universidade pública optaram pela Universidade
Católica, (que se chegou a conclusão, no dia 25/01/2013, que só a embalagem é
apelativa) hoje entre a diversidade de sentimentos sentidos fica a certeza que
sobre eles recai o sentimento de abandono.
Um abandono sem cerimónia e sem
etiquetas.
Um abandono em nome - do não
rentável, - da inexistência de lucro.
Pergunto:
-Em Setembro de 2012 os estudos
de viabilidade da universidade não permitia concluir que nos anos futuros seria
impossível sustentar a manutenção daqueles cursos? (A não admissão de novos
alunos e termo regular dos restantes alunos que teriam ingressado em anos
anteriores).
Como é possível, colocarem
estudantes em setembro de 2012 e em janeiro de 2013 comunicarem a – descontinuidade
dos cursos e em consolo ficar a promessa de que não abandonaram estes alunos?
Aqui fica a notícia completa
sobre esta questão, onde as incertezas desses alunos estão bem patentes, com a
exemplificação do que já aconteceu aos alunos de Arquitetura. (A ser verdade).
Seria assim tão difícil tratar
esta matéria com cerimónia e etiquetas que todos nós estamos habituados?
Ou será que começamos a perder o
vocativo do – meu fidalgo consoante se vão volatizando as nossas verbas?