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domingo, 16 de junho de 2019
segunda-feira, 10 de junho de 2019
Flamingos
Lago Enriquillo, lago de água salgada que faz parte do maior Parque Natural na República Dominicana com mais de 200 Km2 com uma fauna muito diversificada.
domingo, 26 de maio de 2019
Quando o inimigo não existe, há que construí-lo. Relações laborais. Analogia.
Quando o inimigo
não existe, há que construí-lo. Relações laborais. Analogia.
Segundo Umberto
Eco, «Ter um inimigo é importante, não apenas para definir a nossa
identidade, mas também para arranjarmos um obstáculo em relação ao qual seja
medido o nosso sistema de valores, e para mostrar, no afronta-lo, o nosso
valor. Portanto quando o inimigo não existe, há que construí-lo».
Umberto Eco referia-se
as relações entre os Estados ou Nações.
Sem esforço é
possível fazer uma analogia entre as relações entre Estados e as relações laborais.
(É fazer as devidas adaptações entre o universo macro para o mico).
O autor
refere-se à «generosa flexibilidade em eleger-se um inimigo quem quer que não
pertencesse ao seu grupo, para se reconhecerem como grupo». Ora, não é
frequente que este tipo de situações ocorra nas organizações empresariais?
Quantas
situações de facto decorrem nas empresas que se traduzem na grande facilidade
de alguns elementos agregados em grupos, elegerem outros como inimigos, em
regra, quem não quer pertencer ao grupo gerador de forças para contento de um
ou dois, que lideram o processo de manipulação e até demonização do ambiente de
trabalho?
Não é um
processo complexo, aliás parece ser linear.
Para isso, basta
escolher alguém que por qualquer motivo não siga os movimentos de moda. Umberto
Eco afirma, «os inimigos são diferentes de nós e comportam-se segundo costumes que
não são os nossos».
E acrescenta: «Alguém
diferente é estrangeiro. Já nos baixos-relevos romanos os bárbaros aparecem
como barbudos e achatados, e a própria designação de bárbaros, como é sabido,
alude a um defeito de linguagem e, portanto, de pensamento».
Mas os inimigos
não são apenas aqueles que são diferentes, os bárbaros na palavra deste autor, são
também «aqueles que alguém tem interesse em representar como ameaçadores,
ainda que não nos ameacem diretamente, de modo que é tanto o seu carater
ameaçador que faz ressaltar neles a diferença mas é a diferença que se torna
sinal de carater ameaçador».
Voltando para a
dimensão dos Estados e Nações, «o inimigo não abrange apenas aquele que é de
fora, mas aquele que está dentro, entre nós – diríamos o imigrante extracomunitário».
Também o seio
das organizações se pode dizer que, o inimigo já não é apenas aquele que quer
entrar no mercado de emprego e que em entrevista mostrou ser «capaz» e que
criou a dúvida ao recrutador (se este candidato entrar eu terei futuro na
empresa?) como aquele que, já no seio da organização empresarial revela ser «capaz»
e por isso criou incertezas ao colega que começa a sentir-se ameaçado.
Identificando-se
o inimigo, o processo tem continuidade com a adjetivação como sendo: burro; feio; fétido até monstruoso.
Inicia-se de
seguia a estratificação dos indivíduos não por classes profissionais, carreiras
e categoria, mas pela perspetiva dos manipuladores.
O processo pode
chegar à perseguição. Os leprosos! (Estes são totalmente destruídos para não
propagar a peste).
Sempre há a hipótese
de se tornar o “patinho feio” que desprezados
pelos seus semelhantes se adequam à imagem que estes têm deles.
Melhor ainda,
tornar-se protagonista da história e divirta-se a procura da pedra preciosa: a
distinguir as pedras verdadeiras das falsas.
Umberto Eco afirma
que «O
inimigo não pode ser abolido dos processos civilizacionais. A necessidade é congénita
mesmo do homem brando e amigo da paz».
As transcrições indicadas são do autor Umberto Eco, Construir o Inimigo, escritos ocasionais.
As transcrições indicadas são do autor Umberto Eco, Construir o Inimigo, escritos ocasionais.
Entrevistas de emprego e a sua subjetividade
Quando, numa entrevista lhe fizerem uma pergunta subjectiva, genérica e vaga, responda com inteligência...
Linguagem obscena e o empobrecimento do local de trabalho. O assédio moral.
O mercado de trabalho
não está fácil e por isso quem está desempregado tem como principal objetivo
ter um emprego: ser selecionado ser aceite na organização e receber a sua
remuneração para se manter vivo dignamente.
E tudo o resto vem
depois… o assédio moral.
Não falo da complexidade
das funções, nada de objetivo!
Falo do que é subjetivo mas concreto e
nefasto. Cria dano individual e coletivo.
Falo
do efeito da linguagem obscena nos locais de trabalho.
Há
pessoas que dizem habitualmente palavrões, há ambientes em que as pessoas dizem
permanentemente palavrões. Outras não o fazem. Porquê?
Para
mim e para muitos autores da sociologia do Trabalho a resposta é a mesma: -
Educação.
A
linguagem obscena no local de trabalho tem algum significado e/ou alguma consequência
no local de trabalho? (Há autores que entendem que sim).
Pode
dizer-se que, o uso habitual de linguagem obscena por crianças e adolescentes entre
os colegas da escola deve-se ao facto de os mesmos considerarem que lhes dá independência
e que lhes permite demonstrar o sentimento de revolta em relação à ordem em que
se inserem.
O
movimento estudantil de 1968 foi o exemplo disso, a linguagem obscena serviu
para contestar a violação das normas, contestação perante a autoridade, o
Estado.
Será
que são as mesmas razões para que os adultos mantenham o mesmo tipo de
linguagem no local de trabalho? (Não. As razões são outras, designadamente a
frustração e a falta de ideais).
Segundo
alguns autores da sociologia do trabalho, a utilização de palavrões no local de
trabalho só revela uma única realidade – «ambiente
profissional degradado, locais de trabalho em que as pessoas foram admitidas
por recomendações e não pelo mérito. Onde não há possibilidades de carreiras e
há pouca motivação. Ambientes locais em que todos passam o tempo à espera,
aborrecidos, e então tagarelam, contando uns aos outros os seu episódios de
vida, pintam as unhas, etc. As divisões desaparecem. O ambiente torna-se uma
prisão».
Não
há necessidade de usar uma linguagem com a exatidão de ideias e de objetivos.
Basta
um gesto, basta uma frase: «- Mas que
quer fulano?»
Segundo
o mesmo autor, «A linguagem nivela e destrói
a diferença. Desaparece a inteligência. Transforma tudo em lixo. E, ao mesmo
tempo, cimenta o grupo contra qualquer intruso».
«Se alguém entra nestes escritórios
as vozes elevam-se, as obscenidades multiplicam-se, para os mandar embora».
(A continuidade da fase da adolescência).
A
linguagem obscena no local de trabalho não serve um ideal exprime apenas o ressentimento
de pessoas frustradas que não querem a mudança.
Estes
locais são facilmente detestáveis e detetáveis?
São.
Logo no primeiro dia de trabalho, alguém abrirá a boca e com um só gesto ou uma
só palavra observamos o estado de desordem.
Se
estiver num ambiente tóxico tem duas hipóteses: sair e arriscar encontrar outro
igual ou com sorte, até melhor: ou permanecer e esperar que a civilidade pela
sua ordem natural crie a diferença e regresse a ordem primordial.
Em
Portugal, muitas ações de assédio moral tem por base a linguagem obscena e
ofensiva entre hierarquias e colegas de trabalho.
domingo, 19 de maio de 2019
Filadélfia. Um filme recomendado para quem exerce Direito
Filadélfia, 1993
Andrew Beckett, (Tom Hanks) advogado jovem com um futuro brilhante, em Filadélfia é demitido do escritório onde trabalhava por se ter tornado público ser portador do vírus de HIV.
Contrata um advogado homofóbico que durante todo o julgamento é confrontado com os seus preconceitos.
Um filme recomendado para os profissionais da área do Direito do Trabalho.
Terra Fria. Um filme para os profissionais do Direito
Josey Aimes (Charlize Theron) inicia actividade profissional numa pedreira.
Ela está preparada para o trabalho duro e perigoso mas não estava preparada para sofrer com o assédio dos seus colegas de trabalho.
A reclamação foi ignorada. O caso seguiu para o tribunal.
Um filme recomendado para os profissionais da área do Direito.
Reaprender a olhar
Este blog nasceu por considerar que em Portugal o Direito não era divulgado o suficiente com um cariz pratico e acessível sem perder de vista a perspectiva didáctica, ao contrário por exemplo do Brasil, em que há imensa informação disponível e com qualidade.
Muitos blog de Direito surgem mas passado pouco tempo os seus autores desistem. São poucos os que se mantém no tempo.
Neste sentido, considero que o meu objectivo foi conseguido e o seu sucesso deve-se também aos seus leitores "nos quatro cantos do mundo".
Manter um blog implica dedicação: actualização, trabalho constante e exige muito tempo.
Mas, o motor da sua manutenção são os leitores e a esses deixo o meu agradecimento.
Agradeço em particular a todos os alunos de Mestrado do Curso de Direito que fazem referencia a alguns artigos aqui publicados indicando a fonte, tal como, aos colegas de profissão, quando nos reserva o tempo, para a troca de opiniões.
«O mundo conspira para nos tornar cegos, como acontece até ao acendedor de lampiões que, por causa das suas ocupações, ficou cego para as estrelas. Logo, o nosso verdadeiro trabalho é reaprender a olhar e voltar a ver o mundo».
Álvaro Magalhães, Prefácio, O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry.
segunda-feira, 13 de maio de 2019
Direito e deveres do utente dos serviços de saúde mental
Direito e deveres do utente dos serviços de saúde mental
A L n.º 36/98 alterada pela L n.º 101/99 e ainda pela L n.º 49/2018 prescreve no seu art. 5.º os direitos e deveres do utente dos serviços de saúde mental:
Sem prejuízo do previsto na Lei de Bases da Saúde, os utentes dos serviços de saúde mental tem ainda o direito de: usufruir de condições dignas de habitabilidade, higiene, alimentação, segurança, respeito e privacidade em serviços de internamento e estruturas residenciais; receber tratamento e proteção, no respeito pela sua individualidade e dignidade; ser informado, por forma adequada, dos seus direitos, bem como do plano terapêutico proposto e seus efeitos previsíveis; não ser submetido a electroconvulsivoterapia sem o seu prévio consentimento escrito; aceitar ou recusar, nos termos da legislação em vigor, a participação em investigações, ensaios clínicos ou atividades de formação; comunicar com o exterior e ser visitado por familiares, amigos e representantes legais, com as limitações decorrentes do funcionamento dos serviços e da natureza da doença; receber justa remuneração pelas atividades e pelos serviços por ele prestados; receber apoio no exercício dos direitos de reclamação e queixa.
A realização de intervenção psicocirúrgica exige, além do prévio consentimento escrito, o parecer escrito favorável de dois médicos psiquiatras designados pelo Conselho Nacional de Saúde Mental.
Quando se está perante utente dos serviços de saúde mental menor de 14 anos de idade ou maiores acompanhados e a sentença de acompanhamento não faculte o exercício de direitos pessoais aqueles direitos são exercidos pelo representante legal.
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