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domingo, 19 de janeiro de 2014

Porque as pessoas se calam nas organizações? O efeito «moita-carrasco»


Sobre as relações laborais não deixa de ser interessante as suas condutas no seio da equipa quer em relação aos colegas de trabalho quer as respetivas chefias.
Hoje faço referência a um artigo que li na Revista D&F de dezembro de 2013, que por ser demasiado longo, deixo apenas o registo de um pequeno quadro – O efeito «moita-carrasco: porque as pessoas se calam nas organizações.

Do artigo resulta como uma das conclusões obvias, mas sempre, de salientar, «O medo de falar pode conduzir a tragédias» referindo-se por exemplo: «A tragédia do vaivém espacial Columbia, em 2003, reflete  uma consequência dramática, não rara, de as pessoas não falarem com franqueza no local de trabalho (...)».

O efeito «moita-carrasco: porque as pessoas se calam nas organizações.
Receio de parecer ignorante
Os membros da equipa não colocam questões, não expõem dúvidas ou não expressam opinião porque receiam ser acusadas de ignorantes.
                                                                  
Receio de parecer incompetente                 
Os membros da equipa não admitem que cometeram erros, não solicitam ajuda ou não admitem a elevada probabilidade de fracassar uma ação ou decisão em que estão envolvidas porque temem parecer incompetentes.

Receio de ser considerado fraco jogador da equipa 

Os membros da equipa não expressam discordâncias ou dúvidas, nem criticam, porque temem ser acusados de não serem solidários com a equipa.

Receio de prejudicar o clima positivo da equipa        

Os membros da equipa temem prejudicar o ambiente «agradável».

Receio de ser punido ou prejudicado  
Os membros da equipa não assumem erros nem expressam discordâncias por temerem      
  retaliações e dificuldades de progressão na  carreira.

Sentimento de impotência  e/ou descrença          
        Os membros da equipa entendem que a expressão dos seus pontos de vista críticos será inconsequente, sentindo-se impotentes para lidar com o problema.                                                    

Desejo de bajulação

Os membros da equipa não expressam dúvidas ou críticas porque pretendem bajular os seus chefes.

Fraca auto-confiança
Os membros da equipa não acreditam na sua capacidade de persuadir os restantes membros da equipa da valia dos seus argumentos.

Maquiavelismo

Os membros da equipa calam-se para que os proponentes da ideia ou sugestão se «estatelem».

Cultura de subserviência à hierarquia

Algumas culturas de equipa são altamente sensíveis às relações hierárquicas. Por conseguinte, discordar da chefia é interpretado como desrespeitoso.



 Adaptado de Cunha e Rego (2013). Morrison e Milliken (2003)

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