sábado, 7 de maio de 2011

Atravessando o Alentejo...


Quase que encostado à Espanha e sobre a serra d’ Ossa, estende-se uns hectares de paisagem, de uma beleza, indescritível.
Continua a ser dos portugueses, a zona mais esquecida para quem mora para lá, de Évora, razão pela qual, no passeio por aquelas terras não se veja “viva alma”.
Uma terra de sossego, - sossego a mais, dizem os seus habitantes, já em número reduzido.
Passados todos estes anos, com as novas vias rodoviárias de acesso, o tempo que hoje se demora, de Lisboa a Elvas, a Vila Viçosa, ou a Estremoz, contrasta com o tempo do passado. Mas, mesmo assim, as estradas, as ruas das aldeias, são um deserto.
Muitos só lá vão, no período de férias, época que parece existir vida, para aqueles lados.
Só atravessando o Alentejo, é que se descobre como a paisagem muda à velocidade da luz: em vertigem passamos as serra, cruzamos os planaltos e escorregamos pelos vales.
Avistam-se umas aves atrevidas que tomam a estradas com sendo suas, e ouve-se o silêncio das águas do Guadiana. De um lado ficam os sobreiros que dão guarida à passarada e os lameiros onde o gado vai pastar; do outro que se vai aproximando de nós, estende-se uma terra que antes já foi árida (talvez pelas mudanças climatéricas, - as terras do Alentejo, estão cobertas de um tapete verdejante) crescem arbustos ao lado dos penedos seculares.
Por debaixo dos nossos pés, atravessa o Guadiana, que esconde em algures, praias fluviais.
As aldeias caiadas continuam a ser a marca do Alentejo. Uma aldeia aqui, uma aldeia ali, todas elas com uma história por contar. Aqui, no Alentejo é assim! A sempre alguém disponível, para contar a história da terra. E da vida…
Histórias que muitas vezes os protagonistas são portugueses e espanhóis: ao longe avista-se mais uma aldeia, mas só quando se lá chega, de distingue duas, separadas pela fronteira. Faz-se compras no lado de lá e bebe-se café no lado de cá. Todos, no final de contas cantam a mesma música.
Este é o Alentejo que merece ser conhecido, pela sua simplicidade em receber e pela alegria de apenas estar.










(Fotos, 2011- a última fotografia é Olivença)

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