VENICE BEACH
ONDE MORA A LIBERDADE
"Do sonho insólito de um homem que dizem ser nosso compatriota saiu o nome: Venice Beach. Dessa rua à beira do Pacífico, na Califórnia, sai hoje a liberdade. A liberdade de quem se veste, se comporta, pensa ou vive de maneira diferente". Em Venice não há limites para a imaginação, não há fronteiras para as crenças, não há padrões de normalidade nem se passa nada de verdadeiramente importante. Mas o local que apaixonou Sarah Bernhardt, a zona que foi pátria da Beat Generation, tem algo de muito especial: para quem passa, o encanto do abandono; para quem lá vive, a magia da diferença.
Imagine uma réplica dos canais de Veneza escavada nas proximidades do oceano Pacífico.
(...) Mas, desta vez, não é um cenário de um filme, "this is: LA". É mais: a ideia veio da cabeça de um homem que sofria de insónia e de asma, e era descendente de Afonso I de Portugal, segundo garantem os estudos genealógicos. Tal ascendência é, no mínimo duvidosa, mas merece pelo menos ser referida, quanto mais não seja, porque dá vontade de acreditar que num aventureiro do Novo Mundo corresse sangue Lusitano.
Abbot Kinney era o nome deste, certa forma, nosso "compatriota". Os seus canais, chamados a " Veneza da Califórnia", deram o nome a um dos locais mais inesperados, alucinados, divertidos e livres da cidade de Los Angeles - Venice Beach.
(...) Venice é mais do que um simples speaker's corner, como o do Hyde Park londrino. Não se vem a Venice simplesmente para ouvir apelos políticos ou religiosos. Vem-se a Venice para se ser surpreendido. Vem-se a Venice para fazer parte de um Carnaval mágico, feito de actuações inesperadas e de acrobacias surpreendentes.
Inúmeros pintores, escultores e fotógrafos, na sua maioria autodidactas. O graffiti! Pátria dos poetas, músicos de jazz e artistas plásticos, baptizados pelo Escritor Jack Kerouac como a Beat Generation. Muitos rejeitam os valores contemporâneos do trabalho e do sucesso, dedicam-se ao culto da boémia e experimentaram formas de arte nos limites da abstracção"
VENICE É UM LUGAR DE LIBERDADE, NÃO A LIBERDADE DA INDEPENDÊNCIA, MAS A LIBERDADE DA DIFERENÇA.
VENICE É UM LUGAR À PARTE, EM QUE SÓ LÁ PODERIA EXISTIR.
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